Volta Aérea a Moçambique

A VAM07 realizou-se entre 28 de Fev e 15 de Março de 2007. Este blog tem a intenção de mostrar um pouco do que foi feito nesta verdadeira aventura. Moçambique é um país maravilhoso que constantemente nos surpreendeu e sempre pela positiva. Pensamos que vale a pena conhecer as desconhecidas maravilhas que encerra. Em África talvez seja o país mais completo e da mais extraordinária beleza, onde se tem um pouco de tudo aquilo que se imagina.

sábado, 23 de junho de 2007

11 Mar 07 Lumbo - Quelimane - Beira

ZS-FAI (Pedro Gaivão+Carlos Cirne+ Bruno )
ZS-FIJ (Eduardo Maya+Tiago Guimarães+)
ZS-FIF (Lourenço+ Paulo Marques+Nuno Coimbra)
ZS-OHK (Carlos Fernandes+Dário Teixeira+ Fátima Luz)

Após o despertar veio o pequeno almoço e apanhámos a mesma carrinha que nos havia transportado na véspera quee nos levou de volta ao aeródromo.
No aeródromo foi necessário abastecer os aviões C172 com o combustível que havia nos “jerry cans”. Enquanto uns abasteciam outros iam fazendo as rotinas de “pre-flight” aos aviões e o Bruno tentava resolver o problema de pneus com baixa pressão no FAI, OHK e FIF. Visto os sprays de goma terem acabado, este trabalho tinha que ser levada a cabo com um compressor eléctrico portátil que se ligava na tomada do isqueiro dos aviões. A tomada de isqueiro do FAI depois de alguns dias sem funcionar lá foi recuperada. A tomada do OHK sempre tinha funcionado normalmente e assim continuou. A tomada do FIF nunca funcionou, motivo pelo qual a pressão dos pneus daquele avião andou sempre um pouco abaixo do seu valor normal porque o cabo de alimentação do compressor era muito curto, mas sempre sem afectar a segurança da operação. Durante esta tarefa, e ao passar sob a asa do FIF o Bruno pregou uma valente cabeçada no flap e caiu no chão com a violência da pancada. Logo acorreram junto dele dois ou três elementos do grupo mas passados alguns momentos já estava restabelecido. Protegeu-o o boné que usava no momento. Não satisfeito com o sucedido, passados cerca de 2 a 3 minutos, ao passar novamente sob a asa do OHK pregou outra cabeçada no flap deste avião, apanhando-o no mesmo sítio da cabeça. Desta vez ficou no chão por mais um bocado, e ligeiramente atordoado recuperou ao fim de um pouco mais de tempo. Tudo isto era fruto do tremendo cansaço.
Concluídas as tarefas, descolamos com destino a Quelimane. Durante o início do voo as condições de visibilidade eram boas mas foram-se agravando conforme o voo foi decorrendo. O tecto (altura do chão às nuvens) foi ficando cada vez mais baixo o que fez com que nos decidíssemos voar “on top” ou seja sobre as nuvens. Estas nuvens eram “estrato-cúmulos” de dimensões razoáveis (grandes bolas de algodão muito juntas e com alguma altura) que nos permitiam sempre o contacto visual com o terreno através de pequenas frestas entre elas. Voamos na crista das nuvens, muitas vezes contornando-as pois eram altas demais, e chegamos a atingir a altitude de 8.000 pés (2.600 metros) durante a metade final daquele voo. Aproveitamos a altitude para utilizarmos um regime de voo de cruzeiro económico nos C172 pois estes não estavam muito folgados de combustível para cumprir aquela distância.
Chegados ao destino sem incidentes, aterramos para abastecer e almoçar. No estacionamento, do aeroporto, não resistimos a visitar 2 aviões Antonov em estado de ruína no capim junto à placa. Subimos aos aviões e até fizemos algumas fotos no seu interior. Mais tarde na Beira depois de contarmos a “façanha” ao Sr. Emílio (amigo do Cmdt Pedro Venâncio) foi-nos dito que ao fazermos aquilo corremos um grande perigo porque normalmente nas carcaças de aviões abandonados existem sempre ninhos de cobras e portanto tinha sido uma grande sorte termos saído dali ilesos.
Fomos almoçar uns pregos umas sandes e uns sumos no bar do aeroporto, enquanto a equipa de reportagem TV que nos acompanhava, bem como o Pedro Venâncio e o Nuno foram à cidade recolher imagens de interesse histórico que ali existem para juntar à reportagem da VAM. O seu passeio foi cheio de peripécias. A viagem de Táxi foi bastante atribulada, com um condutor que parecia ainda não ter carta.
Quando a equipa de TV regressou, almoçaram e nós fomos tratar de abastecer os aviões.
Com tudo tratado e resolvido, descolamos com destino à Beira. Foi sempre ao longo da costa com as mesmas lindas paisagens e seria assim até chegarmos a Maputo. Esta parte da costa apesar de muito bonita não está ainda explorada turisticamente. De resto no geral toda a costa tem um potencial turístico muito grande.
Durante este percurso o Pedro Gaivão fez uma incursão pelo interior e quando voáva nos tandos de Marromeu perto da foz do rio Zambeze, informou o grupo que através do rádio que estava junto de uma manada de elefantes com cerca de 100. Depois de andarmos a voar todos os dias com a esperança de encontrar animais, eis que surgia a oportunidade tão almejada. Informou-nos a sua posição GPS e toda frota rumou para a posição reportada. Era de facto uma grande manada. Depois de cada avião circular sobre a manada 3 ou 4 vezes e tirarmos as fotos “obrigatórias” lá continuamos para o nosso destino. Para além dos elefantes avistaram-se ainda muitos outros animais como hipopótamos, ímpalas e outros antilopes, javalis e uma grande manada de búfalos com cerca de 400 indivíduos. Em relação a animais tirou-se a “barriga de misérias”.
O voo continuou normalmente e aterramos na Beira já ao fim da tarde. Passado pouco tempo após aterrarmos foi observar mais um belo pôr do Sol africano.
Contrariamente ao que era normal, abastecemos os aviões à chegada o que nos facilitaria a partida mais cedo no dia seguinte.
Contratamos uma carrinha para nos transportar até ao hotel na cidade e para o transporte inverso no dia seguinte.
Logo que saímos do aeroporto, com o Cmdt Carlos Fernandes no lugar da frente junto ao condutor, este fez questão de apanharmos um trajecto que não era o mais curto para a cidade. Sem objecção por parte do grupo, lá seguimos ao longo da marginal, passando pelo Macuti onde nasceu, viveu e estudou, pois estava curioso para rever os locais por onde andou 31 anos antes.
Chegamos ao hotel era já de noite. Fizemos o check-in e depois de um saboroso banho combinamos encontrarmo-nos todos no bar do hotel para irmos jantar.
Foi ter connosco o Sr. Emílio (amigo do Pedro Venâncio enquanto este foi piloto em Moçambique) que nos recomendou o restaurante onde acabamos por ir jantar. O jantar foi mais um momento de “relax” agradável após o qual regressamos ao hotel para dormir.

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